A delinquência juvenil como comportamento desviante
O comportamento delinquente é difícil de definir e de medir. Infringir a lei pode implicar um acto delinquente isolado, um episódio único de actos delinquentes, actos delinquentes ocasionais mas repetitivos ou um continuado modo de vida delinquente. Do ponto de vista da severidade, os actos delinquentes podem ir de desde os delitos graves contra pessoas ou bens (assaltos, roubo) até os pequenos delitos (actuação desordeira, vandalismo), e podem incluir também os delitos relativos ao estatuto que apenas são ilegais em virtude da juventude das pessoas que os cometem (violação das horas de recolher a casa, fugas). Só são apanhados alguns dos jovens que cometem actos ilegais; dos que são apanhados, só alguns é que são detidos; dos que são detidos Sá alguns é que vão a julgamento; dos que vão a julgamento, só alguns é que são julgados delinquentes.
Os actos delinquentes, em conjunto com os comportamentos anti-sociais que podem não infringir a lei mas que violam, no entanto, os direitos dos outros, desafiam regularmente os clínicos que trabalham com jovens. São enviados mais crianças e adolescentes aos profissionais de saúde mental, por mau comportamento, do que por qualquer outra razão, e entre um terço e metade de todos os jovens vistos em consultas externas estiveram em dificuldades devido a comportamento anti-social.
Têm vindo a existir muitas transformações tanto sociais como económicas, políticas como tecnológicas, entre outras nas últimas décadas nas sociedades contemporâneas.
Embora toda a sociedade seja atingida por isso, existem grupos mais frágeis que ficam especialmente vulneráveis a essas mudanças.
Cada vez mais e a partir dos finais da década de noventa, começa a surgir uma grande preocupação com o fenómeno da delinquência juvenil. Imagens violentas vinculadas diariamente pelos media levaram a que o cidadão comum se sinta sujeito a agressões permanentes aumentando o seu sentimento de insegurança.
Com a continuidade destes acontecimentos, as pessoas começaram a acreditar que a sociedade actual é, de facto, mais violenta que as que lhe antecederam levando, consequentemente, a uma diminuição da capacidade de tolerância perante comportamentos desviantes e delinquentes.
Este sentimento de medo e insegurança é também muito “divulgado” pelos media, são eles que nos informam de muitos dos seus actos.
O sofrimento causado pelo crime juvenil grave e a publicidade que o rodeia também podem contribuir para as ideias exageradas acerca do número de menores criminosos existentes. Apenas 6% dos jovens que violam a lei podem ser considerados delinquentes crónicos e esta pequena porção de jovens violadores da lei explica aproximadamente metade de todas as detenções e condenações de adolescentes (Farrington, 1983;Wolfgang, Figlio & Sellin, 1972).
Um exemplo de comportamento desviante de um jovem delinquente é a inserção num grupo, claro que não é uma regra, mas a entrada para um novo grupo, por vezes pode ser muito perigosa, ou seja, algumas vezes, o indivíduo tem de prestar algumas provas ao grupo onde se quer integrar como por exemplo assaltar, roubar, matar…, para que consiga ser inserido.
Quanto mais associação a um certo grupo é frequente, durável e intensa, mais o julgamento desse grupo sobre a delinquência pesará na determinação do comportamento do indivíduo.
As teorias da tensão defendem a ideia que os delinquentes potenciais, são colocados em situações onde são submetidos a fortes contradições.
Essas forças contraditórias criam um conflito interior (uma tensão) cuja resolução implica que o indivíduo adopte um comportamento delinquente.
Existem teorias que admitem que a delinquência juvenil constitui uma subcultura e que essa se transmite no seio de gangs delinquentes, dos membros mais velhos para os mais novos.
Os rapazes têm mais probabilidades de ser detidos do que as raparigas que tenham cometido o mesmo delito, e os jovens das classes socioeconómicas mais baixas, que vivam em bairros pobres, têm maiores probabilidades de ser detidos do eu os adolescentes da classe média de bairros favorecidos.